A história da tecnologia é tão antiga como a história da humanidade, e se segue desde quando os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e de proteção à sobrevivência. A história da tecnologia está, conseqüentemente, adaptada a cronologia do emprego dos recursos naturais, porque, para serem criadas, todas as ferramentas necessitaram, antes de qualquer coisa, do uso de um recurso natural adequado. A história da tecnologia segue uma progressão das ferramentas e fontes de energia simples às ferramentas e fontes de energia complexas.
As tecnologias mais remotas converteram recursos naturais em ferramentas simples (pedra + cipó + madeira = tacape). Os processos mais antigos, tais como arte rupestre e a raspagem das pedras, e as ferramentas mais antigas, tais como a pedra lascada e a roda, são meios simples para a conversão de materiais brutos em artefatos úteis. Os antropólogos descobriram muitas casas e ferramentas humanas feitas diretamente a partir dos recursos naturais.
A descoberta e o conseqüente uso do fogo foi um ponto chave na evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do calor para serem aproveitados. A madeira e o carvão de lenha estão entre os primeiros materiais usados como combustível. A madeira, a argila e a rocha (tal como a pedra calcária) estavam entre os materiais mais adiantados a serem tratados pelo fogo, para fazer as armas, cerâmica, tijolos e cimento, entre outros materiais. As melhorias continuaram com a fornalha, que permitiu a habilidade de derreter e forjar o metal (tal como o cobre, 8000 aC.), e eventualmente a descoberta das ligas, tais como o bronze (4000 a.C.). Os primeiros usos do ferro e do aço datam de 1400 a.C..
As ferramentas mais sofisticadas incluem desde máquinas simples como a alavanca (300 a.C.), o parafuso (400 a.C.) e a polia, até a maquinaria complexa como o computador, os dispositivos de telecomunicações, o motor elétrico, o motor a jato, entre muitos outros. As ferramentas e máquinas aumentam em complexidade na mesma proporção em que o conhecimento científico se expande.
Sendo assim, iremos dividir em períodos históricos para uma melhor compreensão das tecnologias que mudaram a forma de viver das pessoas e contribuíram ou não, dependendo do objetivo a ser empregado tal tecnologia pela classe dominante que detinha/detêm a descoberta e o uso da mesma.
4.1- Neolítico
Os primeiros utensílios em madeira e osso à construção de arpões, agulhas, flechas e arcos utilizados na caça e pesca como forma de subsistência e em momentos de conflitos com outros grupos para defesa ou conquistas de novas áreas mais produtivas.
As técnicas de agricultura, com indícios de que desde 5 000 a.C. já se utilizavam instrumentos em cobre, bronze e ferro em plantações que transformaram os povos nômades em sedentários, arraigados ao mesmo espaço geográfico.
As técnicas de tecelagem, que a partir de 4 000 a.C. povos já utilizavam lã, algodão e peles de animais para a produção, respectivamente, de linho, vestimentas de uso pessoal e cobertores para se aquecerem em períodos frios.
A escrita que, desde 4 000 a.C., já era de conhecimento dos povos sumérios, egípcios e chineses. O arado e a charrua (3 000 a.C.). A roda (4 000 a.C. a 2 000 a.C).
Tivemos como primeira energia utilizada pelo homem a proveniente do vento que servia para movimentar os moinhos de vento e embarcações. Depois os da água utilizados em locais geográficos íngremes para se aproveitar a queda da água para movimentar moinhos.
4.2- Idade Média (V a.C. a V d.C.)
Os grandes filósofos, físicos, astrônomos e matemáticos, deram uma enorme contribuição à sistematização do pensamento e conhecimento do meio natural: Aristóteles, Arquimedes, Platão, Demócrito, Tales e outros que contribuíram a cultura ocidental.
4.3- Idade Média (V d.C. a XV d.C.)
A idade negra do conhecimento com poucas descobertas e inventos (pestes, guerras, escravaturas, etc.). A escravatura sempre impediu o desenvolvimento tecnológico e do conhecimento – havia muitos inventos que não eram utilizados porque era necessário dar trabalho aos escravos. Os sábios tinham horror ao trabalho manual, porque era trabalho de escravo.
4.4- O Novo Espírito do Renascimento (XV…. )
A imprensa inventada por Gutenberg possibilitou produzir muitos manuscritos antigos como, por exemplo, a Bíblia que atualmente é o livro mais vendido e lido no mundo. As pessoas dessa época começaram a dar valor ao trabalho manual e não apenas ao trabalho intelectual. Com isso, necessitou-se construir Escolas de Arte e Ofícios no século XVI para atender essa clientela. Galileu Galilei e Leonardo da Vinci tiveram um papel importante nesta aproximação entre o trabalho prático e o trabalho intelectual, pois a partir dos seus inventos, conseguiram aliar teoria e prática, o que nos parece que até os dias de hoje, alguns docentes não conseguem fazer essa aliança.
Sobre as contribuições de Leonardo da Vinci, Chauí (2008, p.276) destaca que “[...] com suas invenções de máquinas de todo tipo e como se vê também na importância dos objetos técnicos que permitiram a realização das Grandes Navegações e os descobrimentos marítimos [...]”. Como por exemplo, contribuíram aos portugueses descobrirem novos territórios, inclusive o Brasil, pois possibilitaram viajar pelos oceanos por longas distâncias com o uso da bússola, da astronomia e de que a Terra é redonda.
O Método Experimental desenvolvido por Francis Bacon e Isaac Newton prepararam o terreno para muitos inventos que culminaram com a Revolução Industrial. Nessa concepção, Rifkin (1995) classifica as Revoluções Industriais em três etapas, sendo que na 1ª a máquina a vapor; a 2ª, o petróleo e a eletricidade entre 1860 e a Primeira Guerra Mundial; e a 3ª, a inteligência artificial após a Segunda Guerra Mundial.
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